Se o Mirassol foi a grande sensação do Brasileirão e conseguiu uma classificação inédita à CONMEBOL Libertadores, muito se deve ao “paredão” Walter, vencedor do Prêmio ESPN Bola de Prata como melhor goleiro da competição.

O veterano de 38 anos ainda quebrou uma longa escrita que já durava desde 1991, quando Marcelo Martelotte, à época no Bragantino (atual Red Bull Bragantino), foi o último goleiro de um time do interior de São Paulo a entrar na seleção do Bola de Prata.

A campanha histórica do clube do interior paulista passou pelas inúmeras defesas de Walter, que estava livre no mercado após o rebaixamento à Série B com o Cuiabá em 2024.

Natural de Jaú, em São Paulo, Walter surgiu no Rio Branco-PR e foi uma espécie de “andarilho” no mundo da bola, defendendo times de menor expressão no país. Em 2013, o goleiro recebeu a oportunidade da sua carreira e assinou com o Corinthians após se destacar no União Barbarense.

No Timão, o arqueiro fez parte de uma geração vitoriosa, que conquistou o bicampeonato do Brasileirão (2015 e 2017), além da CONMEBOL Recopa de 2013. Porém, Walter teve pelo caminho a concorrência de Cássio, lenda no Parque São Jorge, e por isso pouco jogou.

Durante o período, o goleiro entrou em campo em 80 jogos, o que dá uma média de apenas 10 por temporada. Sem chances no Corinthians, foi emprestado ao Cuiabá, que tinha acabado de subir à Série A, e rapidamente se tornou um ídolo no futebol matogrossense.

E também atraiu o interesse de gigantes do país, um deles o São Paulo, que em 2021 tentou a sua contratação, mas Walter preferiu permanecer no Dourado. Em contrapartida, o Tricolor trouxe Rafael, até hoje titular absoluto da equipe.

Com a queda do Cuiabá no final de 2024, Walter acertou com o Mirassol, à época uma incógnita no Brasileirão deste ano, e ajudou o clube a fazer história em sua estreia a elite.