O Paris Saint-Germain foi condenado a pagar € 60 milhões (cerca de R$ 385 milhões) a Kylian Mbappé. A decisão foi anunciada nesta terça-feira (16) por um tribunal trabalhista da França em meio a uma disputa sobre salários e bônus não pagos relacionados ao contrato assinado antes da transferência do atacante para o Real Madrid, em 2024.
A Justiça decidiu a favor do atleta em meio a acusações de traição e assédio relacionadas ao rompimento de seu vínculo com o PSG.
Os advogados de Mbappé alegaram que o clube lhe devia mais de 260 milhões de euros (algo em torno de R$ 1,6 bilhão). O Paris, por outro lado, exigia 440 milhões de euros (cerca de R$ 2,8 bilhões) do jogador alegando danos e uma “perda de oportunidade” após a sua saída sem custos de transferência.
A decisão do tribunal pode ser contestada e é improvável que ponha fim à disputa.
Os representantes de Mbappé disseram que a decisão “confirma que os compromissos devem ser honrados. Ela reafirma uma verdade simples: mesmo na indústria do futebol profissional, a legislação trabalhista se aplica a todos”. Não houve reação imediata por parte do PSG sobre o caso.
A relação entre Mbappé e PSG se deteriorou quando o atleta decidiu, em 2023, não renovar o contrato que expiraria em meados de 2024.
Isso privou o Paris Saint-Germain de uma enorme quantia em dinheiro pela transferência, apesar de ter oferecido a ele o contrato mais lucrativo da história do clube em 2022, quando assinou sua última renovação com os parisienses.
Mbappé foi afastado da pré-temporada e forçado a treinar com jogadores reservas. Ele perdeu a partida de estreia do Campeonato Francês, mas retornou ao time titular após conversas com os dirigentes do PSG. Essas conversas, inclusive, são centrais para a disputa.
O clube acusou Mbappé de descumprir um acordo firmado em agosto de 2023 que supostamente previa uma redução salarial caso ele saísse de graça, um acordo que, segundo o PSG, visava proteger sua estabilidade financeira.
O PSG alegou que Mbappé escondeu sua decisão de não renovar contrato por quase 11 meses, de julho de 2022 a junho de 2023, impedindo o clube de concretizar uma transferência e causando-lhe grandes prejuízos financeiros.
O clube o acusou de violar obrigações contratuais e os princípios da boa-fé e da lealdade.
A equipe de Mbappé insistiu que o PSG nunca apresentou provas de que o atacante concordou em abrir mão de qualquer pagamento. Seus advogados alegaram que o clube deixou de pagar os salários e bônus referentes a abril, maio e junho de 2024.
“Mbappé cumpriu escrupulosamente suas obrigações esportivas e contratuais por sete anos, até o último dia”, disseram seus assessores nesta terça-feira. “Ele fez tudo o que pôde para evitar litígios, chegando até a retirar queixa de assédio em espírito de conciliação. No total, vinha buscando o pagamento de seus salários e bônus por mais de 18 meses”.
O PSG rejeitou todas as acusações de assédio, destacando que Mbappé participou em mais de 94% dos jogos na temporada 2023-24 e sempre trabalhou em condições em conformidade com a Carta do Futebol Profissional.
O PSG buscava uma indenização total de € 440 milhões, incluindo € 180 milhões pela oportunidade perdida de contratar Mbappé, já que ele saiu como jogador livre após recusar uma oferta de € 300 milhões do clube saudita Al Hilal, da Liga Profissional, em julho de 2023.
Mbappé se juntou ao Real Madrid em 2024 em uma transferência gratuita após marcar 256 gols em sete anos no PSG, que venceu a Champions League sem ele em 2025.
Brasil
México
Argentina
Perú
Chile