Desde julho no comando do Internacional, Roger Machado disputará seu primeiro Gre-Nal vestido de vermelho neste sábado (19), às 16h (de Brasília), pelo Brasileirão. Para o treinador, a partida terá um peso diferente por conta de sua história no Grêmio.
Por dez anos, o então lateral-esquerdo defendeu as cores do Tricolor gaúcho e se tornou um dos símbolos em períodos de grandes conquistas do clube, onde disputou mais de 400 jogos e conquistou três títulos da Copa do Brasil, quatro do Campeonato Gaúcho, uma CONMEBOL Libertadores, uma CONMEBOL Recopa e um Brasileirão.
Além disso, como treinador, Roger conseguiu se destacar no cenário nacional por sua primeira passagem pelo Grêmio, entre 2015 e 2016, retornando em 2022 para conquistar seu primeiro estadual na nova função.
Sua chegada ao Inter, porém, deixou muitos torcedores gremistas irritados por conta de toda sua história no clube. Enquanto isso, alguns colorados também ficaram com um pé atrás por conta de seu retrospecto no rival.
Agora, o treinador do Inter enfrentará pela primeira vez o Grêmio em um Gre-Nal. Só que, antes dele, muitos outros personagens viveram expectativa parecida. O ESPN.com.br separou 10 jogadores e treinadores que disputaram o clássico pelos dois rivais.
Tinga
Marcado pelas passagens vencedoras no Internacional, Tinga iniciou sua carreira no rival Grêmio. Formado na base do clube, chegando inclusive a morar nos alojamentos gremistas, o volante conquistou duas Copas do Brasil no clube, mas saiu em 2004 pela porta dos fundos após conseguir rescisão na Justiça.
No ano seguinte, depois de curta passagem pelo Sporting, o volante retornou ao Brasil para atuar justamente o Internacional. Campeão gaúcho no primeiro ano, foi protagonista na conquista da Libertadores, marcando o gol do título. Em maio de 2010, retornou para sua segunda passagem, onde conquistou a América mais uma vez. Se despediu em 2012.
Mário Sérgio
O meio-campista é um dos casos de personagem que marcou época os dois rivais. No Internacional, em sua primeira passagem, foi um dos protagonistas na conquista invicta do Brasileirão de 1979. No ano seguinte, após a saída de Falcão, que pediu sua contratação, para a Roma, se tornou o grande nome do time, saindo em agosto de 1981.
Dois anos depois, no segundo semestre de 1983, o técnico do Grêmio Valdir Espinosa pediu sua contratação para a disputa do Mundial de Clubes contra o Hamburgo, em que o ponta foi fundamental na conquista. Ainda assim, não teve seu contrato renovado e voltou ao Inter para uma curta passagem no primeiro semestre do ano seguinte. No clube, viveu o curioso episódio de receber a faixa de campeão do mundo pelo Tricolor com a camisa colorada. Como treinador, comandou o time por 11 jogos e foi vice no Brasileirão.
Tite
Muito marcado pelas conquistas no Corinthians, Tite também foi vencedor nos dois clubes do Rio Grande do Sul. Em 2001, depois de conquistar o Gaúcho pelo Caxias sobre o Grêmio no ano anterior, chegou ao Tricolor e, em pouco tempo, marcou época com a conquista da Copa do Brasil no mesmo ano. Sua passagem só se encerrou em 2003 após vazamento de uma conversa de diretores o criticando por supostamente proteger jogadores.
Em junho de 2008, após passagem pelos Emirados Árabes, retornou para seu estado natal para comandar o Inter. Com classificações sobre o próprio Grêmio e o Boca Juniors, conquistou a CONMEBOL Sul-Americana sobre o Estudiantes. No ano seguinte, apesar do bom início no Brasileirão, não resistiu a uma sequência negativa e foi mandado embora em outubro.
Manga
Um dos maiores goleiros da história do futebol brasileiro, Manga marcou época em sua passagem no Internacional. Depois de se destacar no Nacional-URU, o arqueiro chegou a Porto Alegre em 1975 e foi titular na conquista do bicampeonato brasileiro, deixando a equipe em 1977.
No ano seguinte, em 1978, chegou ao Grêmio em movimento que causou discórdia entre os rivais. Na época, os colorados afirmam que o Tricolor quebrou um acordo entre os clubes para não contratar jogadores que atuaram pelo rival. Os gremistas, porém, defendem que isso só valia em negociações diretas entre os dois times e, como Manga jogava no Coritiba, nada foi desacordado.
Giuliano
Formado na base do Paraná, Giuliano se destacou nacionalmente com a camisa do Inter entre 2009 e 2010. Na conquista da Libertadores, foi importante com o gol da classificação para a semifinal, além de fechar o placar com o gol do título. Em janeiro do ano seguinte, partiu para a Ucrânia.
Seu retorno ao futebol brasileiro foi em junho de 2014 para… o Grêmio. Sem grande destaque, ficou no clube por dois anos e fechou com o Zenit em 2016, meses antes do título da Copa do Brasil.
Anderson
Uma das grandes promessas do futebol brasileiro na década de 2000, Anderson surgiu no Grêmio com apenas 16 anos em 2004, sendo comparado até a Ronaldinho Gaúcho. Apelidado de Andershow, ficou marcado pela sua grande atuação na “Batalha dos Aflitos”, garantindo o acesso do time para 2006. Quando fez 18 anos, se mudou para o Porto.
Após quase 10 anos na Europa, chegando a ser protagonista no Manchester United, viveu uma queda de rendimento e, em 2015, voltou ao Brasil para defender o Internacional. Com alto salário, não correspondeu às expectativas, participando da queda para a Série B e sendo muito criticado pela torcida. Em 2017, foi emprestado e nunca mais voltou.
Batista
Formado na base do Internacional, Batista marcou época no clube, conquistando três títulos do Brasileirão e quatro do Gaúcho, entre 1973 e 1981. Sua história, porém, acabou com uma polêmica ida para o Grêmio no ano seguinte.
Acontece que, no final de 1981, José Asmuz, presidente do Inter na época, tentou barganhar na renovação de contrato do volante por não ter fé na recuperação de uma grave lesão sofrida. Em uma tentativa de convencer Batista, o dirigente deu seu passe à Federação Gaúcha. O Grêmio, então, se antecipou e o comprou, chocando toda cidade. Sua passagem não foi vitoriosa no Tricolor, mas garantiu sua ida para a Copa do Mundo daquele ano.
Réver
Formado na base do Paulista de Jundiaí, Réver ganhou projeção no Brasil com a camisa do Grêmio entre 2008 e 2009, sendo apontado como um dos principais zagueiros do Brasileirão em seu primeiro ano no clube, quando foi vice-campeão. Foi vendido ao Wolfsburg em janeiro de 2010, mas, depois de pouco tempo, voltou ao Brasil para atuar pelo Atlético-MG.
Depois de uma passagem histórica no Galo, retornou para Porto Alegre em janeiro de 2015, onde, em um ano e meio, conquistou duas edições do Gaúcho pelo Inter. Sua passagem, porém, foi marcada por lesões graves que o atrapalharam e o deixaram mais tempo no banco de reservas.
Mano Menezes
Atualmente comandando o Fluminense, Mano Menezes ganhou projeção no Brasil em 2005, quando assumiu o comando do Grêmio. Responsável por conquistar o acesso com a equipe naquele ano, foi o responsável por comandar o time no vice da Libertadores de 2007, quando perdeu a final para o Boca. No final daquele ano, deixou o time para assumir o Corinthians.
Seu retorno a Porto Alegre ocorreu em abril de 2022, quando foi anunciado para assumir o Internacional. Fez campanha boa no Brasileirão, terminando no 2º lugar, mas foi demitido no ano seguinte após sequência negativa.
Celso Roth
Treinador folclórico no Sul, Celso Roth acumula quatro passagens em cada um dos dois rivais de Porto Alegre. No Inter, a mais marcante foi em 2010, quando conquistou a Libertadores. Além disso, em 1997, conquistou o Gaúcho.
Pelo Grêmio, seu grande título foi o estadual de 1999. O Tricolor é o time que Roth mais comandou na carreira, com 220 jogos.
Próximos jogos do Internacional:
Grêmio (C): 19/10, 16h (de Brasília) – Brasileirão
Atlético-MG (F): 26/10, 19h (de Brasília) – Brasileirão
Flamengo (C): 30/10, 19h (de Brasília) – Brasileirão
Próximos jogos do Grêmio:
Internacional (F) – 19/10, 16h (de Brasília) – Brasileirão
Atlético-GO (C) – 26/10, 16h30 (de Brasília) – Brasileirão
Fluminense (F) – 06/11, a definir – Brasileirão