A demissão de Tite na manhã desta segunda-feira (30) deixa uma dúvida: quem será o próximo treinador do Flamengo? O clube já anunciou que o ex-jogador Filipe Luís, que comanda a equipe sub-20, assumirá o time interinamente. E, segundo apurou a ESPN, a diretoria rubro-negra terá calma para ir ao mercado buscar um novo nome.

A pressão sobre Tite aumentou muito após a eliminação flamenguista para o Peñarol, na última semana, na CONMEBOL Libertadores. Já havia uma tendência a demitir o treinador. Tanto que o desligamento aconteceu mesmo após a vitória por 1 a 0 sobre o Athletico-PR, pelo Brasileirão, no domingo.

O que faltava para sacramentar a demissão era um “aceite” de Filipe Luís. Os dirigentes esperaram o ex-jogador aceitar assumir o cargo, ainda que de forma interina, antes de demitir Tite e a comissão técnica.

O ex-lateral, a princípio, não queria a função. Comandar o time principal não era a ideia de momento, por entender que faltam alguns passos na carreira — o único trabalho à beira do campo começou em janeiro deste ano, na equipe sub-17 do clube carioca, antes da ida ao sub-20.

O processo de convencimento terminou às 7h (de Brasília) desta segunda, em uma rápida ligação. Ele acabou topando o desafio por já conhecer os jogadores, o dia a dia e, além disso, pelo fato de ser interino.

O Flamengo, porém, não vai buscar outro técnico agora. O pensamento por ora é ter Filipe Luís nas duas partidas das semifinais da Copa do Brasil — que serão disputadas contra o Corinthians nos dias 2 e 20 deste mês — e só a partir disso avaliar o que fazer.

A ideia é justamente uma permanência de forma indefinida. Há a possibilidade de que ele seja mantido no cargo até mesmo em 2025. Vale pontuar, no entanto, que o Flamengo vive ano eleitoral. Como o mandato do presidente Rodolfo Landim vai até o fim de 2024, a decisão pode ficar nas mãos do sucessor.

Saída de Tite

A diretoria entendeu que o trabalho de Tite não renderia mais frutos. A análise veio pelo dia a dia, vestiários e pressões interna e externa.

O contexto eleitoral também entrou no pacote. Apoiadores do presidente Rodolfo Landim e de seu candidato à sucessor, Rodrigo Dunshee de Abranches, atual vice geral, pressionavam pela saída do técnico desde a eliminação na Libertadores. A decisão de não contar mais com Tite foi sacramentada na última madrugada.

Horas antes, em entrevista coletiva, o treinador havia dito que “o respaldo da direção é constante, é diário e é de todos os momentos”. A declaração aconteceu logo após a vitória sobre o Athletico-PR, em que o então técnico ouviu vaias e xingamentos por parte da torcida.

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