Em entrevista exclusiva à ESPN, concedida no último domingo (13), em Brasília, o meia Raphinha, do Barcelona, opinou sobre por que os atletas da seleção brasileira têm dificuldade em replicar na equipe canarinho o bom futebol apresentado em seus clubes, sejam nacionais ou internacionais.
De acordo com o atleta, que vive grande momento no Barça (6 gols e 5 assistências em 11 partidas na temporada – ou seja, média de 1 participação em gol por jogo), o primeiro fator que atrapalhar é a mudança de ideias entre os técnicos dos times e da seleção.
Além disso, Raphinha apontou que os campos da América do Sul não possuem a mesma qualidade dos da Europa, o que acaba influenciando na maneira de jogar – principalmente para atletas que apostam em lances de velocidade.
“Primeiro de tudo: o que muda é o treinador. Cada um tem sua maneira de trabalhar dentro dos seus clubes e de suas seleções. Não criticando nenhum treinador, mas deixando bem claro que, não só o treinador, mas também os jogadores, cada um tem uma maneira diferente de trabalhar e isso acaba sendo natural”, explicou.
“Então, obviamente é impossível de fazer as mesmas coisas no clube e na seleção. Às vezes a ideia de jogo é diferente, a maneira como a gente vai se posicionar em campo é diferente, então mudam muitos fatores. Esse é um ponto que acaba diferenciando”, seguiu.
“O fato de vir para América do Sul e jogar em campos que não têm praticamente as mesmas qualidades dos campos de lá, sendo bem sincero. Basicamente isso. Os campos, em certo momento, acabam atrapalhando nossa maneira de jogar”, argumentou.
“Nossa maneira de querer um jogo mais acelerado. Dependendo da onde jogar, às vezes o dono da casa não molha o campo, o suficiente pra acelerar, ou pegar a bola e ir pra cima, sem que a bola quique. Mas temos potencial pra adaptar a qualquer situação que seja. Infelizmente o tempo de trabalho é muito curto, porém tentamos nos adaptar o mais rápido possível”, complementou.
Na conversa com a reportagem, Raphinha também falou sobre a expectativa para a partida contra o Peru, na próxima terça-feira (15), pelas eliminatórias da Copa do Mundo 2026.
O meio-campista destacou a “tranquilidade” que abraçou o grupo canarinho após a vitória contra o Chile, na semana passada, mas pediu foco para iniciar uma boa série de triunfos pelo Brasil.
“Essa vitória (contra o Chile) nos deu tranquilidade de trabalhar e talvez encarar o próximo jogo de outra forma. Sabemos a dificuldade que será, o potencial que a equipe do Peru tem. Que se entrarmos desatentos, vamos acabar sofrendo, ser um jogo mais difícil do que poderia ser”, destacou.
“O resultado que passou é passado. Temos que pensar no próximo. Futebol é assim. Jogamos a cada três dias e não podemos lamentar ou comemorar o que aconteceu. Acabou o Chile, foi importante, mas agora é o próximo jogo, que é sempre o mais importante. Temos que ter nossa responsabilidade coletiva e individualmente falando”, finalizou.
A seleção brasileira no momento ocupa o 4º lugar das eliminatórias, com 13 pontos conquistados em nove partidas.
Próximos jogos da seleção brasileira:
Peru (C) – 15/10, 21h45 (de Brasília) – eliminatórias para a Copa do Mundo
Venezuela (F) – a definir – eliminatórias para a Copa do Mundo
Uruguai (C) – a definir – eliminatórias para a Copa do Mundo