O Lyon está classificado para as oitavas de final da Europa League, depois de ter conseguido a 6ª melhor campanha da fase de liga do torneio. Apesar disso, o clube que tem John Textor como dono correu risco de exclusão da disputa por problemas financeiros que também o ameaçam na França.

Nesta semana, a Uefa disponibilizou a decisão de seu órgão de controle financeiro de clubes (CFCB, na sigla em inglês) sobre a possível desclassificação e também detalhes de todo o processo. Nele, conforme também noticiou o UOL nesta quarta-feira (5), é possível ver que Textor inidicou até a premiação que o Botafogo recebeu pela conquista da CONMEBOL Libertadores de 2024 para “salvar” o Lyon.

Após a publicação da reportagem, o Botafogo entrou em contato com a ESPN para reforçar que a Eagle Football Holdings, de Textor, opera em sua rede multiclubes com um sistema de caixa único, que permite que qualquer equipe do grupo possa fazer uso de ativos de outros times – foi algo que possibilitou, por exemplo, a passagem pelo Alvinegro de Thiago Almada, que agora seguiu rumo ao Lyon, e Luiz Henrique, negociado com o Zenit.

Somente pelo título sul-americano, o Botafogo teve direito a US$ 23 milhões em premiação da Conmebol, mas somou um total de US$ 33,3 milhões pela campanha vitoriosa. O valor foi citado por Textor em observações enviadas pelo Lyon ao órgão da Uefa no dia 13 de dezembro, 13 dias após a vitória sobre o Atlético-MG em Buenos Aires.

Na ocasião, o órgão da confederação europeia já havia recebido recomendação para que o Lyon fosse desclassificado da Europa League caso não apresentasse suas demonstrações financeiras até o dia 30 de janeiro de 2025 com a aprovação clara de auditores – o que não havia ocorrido até então.

Na resposta enviada por Textor e o Lyon, o norte-americano defendeu o clube citando aporte próprio feito na equipe, acrescentando que estava “ativamente explorando opções sustentáveis para assegurar a viabilidade de longo prazo do clube, incluindo contribuições projetadas para as próximas semanas”.

Em seguida, são citados alguns exemplos de receitas que poderiam contribuir para a situação financeira caótica do Lyon, mais especificamente: “novas fontes de receitas com a transferência de jogadores na próxima janela de transferências de inverno” e “opções para trazer entradas de dinheiro significativa nos próximos meses, incluindo uma venda de pre-IPO, oportunidades de investimento com os direitos audiovisuais do clube” ou “premiação da Conmebol relacionada ao Botafogo depois do título da Libertadores, receitas que são esperadas para impactar positivamente e beneficiar o Lyon”.

Outro clube ainda pertencente à Eagle, o Crystal Palace também foi citado no processo, com Textor contando com o dinheiro da venda de suas ações na equipe da Premier League para ajudar o Lyon. Já há um acordo para o negócio, que não foi sacramentado ainda, contudo.

Quatro dias depois da apresentação dessa defesa do Lyon, houve uma reunião com representantes do clube francês, incluindo Textor, e da Uefa, em Nyon, na Suíça, em que o caso foi discutido.

Em seguida, o órgão de controle financeiro da Uefa tomou sua decisão por não eliminar o Lyon imediatamente da Europa League, mas condicionando a possível desclassificação à não apresentação dos demonstrativos financeiros, devidamente auditados, até o último dia 30 de janeiro.

Em decisão do dia 29 de janeiro, véspera da data-limite imposta ao Lyon, a Câmara de Controle Financeiro de Clubes da Uefa decidiu, em caráter final, não eliminar o clube francês da Europa League.

“Baseado na evidência providenciada pelo Lyon em 29 de janeiro de 2025 (…), a Primeira Câmara do CFCB decide que o Lyon satisfez, dentro do prazo, a condição imposta pelo órgão (…) Consequentemente, o Lyon não está desclassificado da Europa League 2024/25″, diz a decisão.

Não há no processo nenhuma menção se o dinheiro do prêmio da Libertadores do Botafogo foi, de fato, utilizado para auxiliar o Lyon.

A ESPN também procurou Textor sobre o tema, e a reportagem será atualizada assim que o empresário se manifestar.

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