Brigando para colocar o Botafogo na semifinal da CONMEBOL Libertadores, John Textor esteve no Estádio Nilton Santos e acompanhou o empate em 0 a 0 diante do São Paulo, no duelo de ida das quartas de final. Na saída, o proprietário da SAF do clube voltou a ser questionado a respeito de fair play financeiro.

O norte-americano tem sido alvo de críticas pelo investimento em reforços para o elenco para disputar a temporada de 2024, estimado em quase R$ 393 milhões, sendo R$ 233 milhões apenas na última janela.

“Quando cheguei, tinha três jogadores que já tinham jogado a Série A. Tivemos que construir do nada. Nossos concorrentes têm grandes orçamentos e estrutura. É claro que gastaríamos mais que para formar nosso time para sermos competitivos”, disparou o norte-americano na saída do Nilton Santos.

“Me lembro que um torcedor me disse que só queria que o Botafogo competisse. É o que estamos fazendo. Estou seguindo exatamente o que a lei diz. Não sei se isso ofende a outros clubes. O acordo é colocar dinheiro e fazer com que se valorize, e nossos jogadores estão se valorizando. Se eu compro um jogador por 20 milhões e ele vai para a seleção, talvez depois valha 30 milhões”.

Dono da Eagle Football Holdings Limited, Textor controla o grupo que é proprietário de vários clubes como Botafogo, Lyon e Crystal Palace.

“O contrato requer que eu invista muito dinheiro. Agora que estamos investindo. Nossa receita aumentou cinco vezes em três anos, de 20 milhões para 100 milhões. Estamos construindo um time. Estamos gastando consideravelmente menos que o fair play financeiro diz sobre 75% das nossas receitas”.

Textor citou também uma declaração dada por Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, que cobrou a aplicação de regras de fair play financeiro no futebol brasileiro.

“Landim outro dia disse que temos que ter regras, que no Brasil não tem. Estamos de acordo com o fair play financeiro. Fui o primeiro a falar disso. Se não fizermos algo contra atrasos de salários e chamarmos investimentos estrangeiros, de nações com dinheiro ilimitado, teremos problemas. Mas não vire e fale que o Botafogo está quebrando as regras. Não está”.

Falando sobre a aplicação de um modelo de investimento no futebol brasileiro através de uma SAF (Sociedade Anônima do Futebol), Textor citou ainda aquele que desponta como “grande oportunidade” dentre os clubes nacionais para desenvolvimento: o Criciúma.

“A SAF quer dizer que todos os clubes, até os pequenos, podem procurar um investidor, que coloque junto os planos de trabalho. O Criciúma é uma grande oportunidade. Pegar esse pequeno clube, transformar em uma SAF e trazer um investidor. Isso vai trazer dinheiro ao Brasil, vai movimentar a economia. Isso quer dizer que todo clube pequeno pode ser campeão. O que eles estão falando agora é ‘hey, temos que mudar as regras’. Como se os investidores fossem os problemas. Vários clubes dizem que isso é o problema, mas se entenderem a legislação, é muito inteligente”.

John Textor tem sido alvo constante de críticas pelo investimento pesado em reforços para o Botafogo através da Eagle Football Holdings Limited. Além de Rodolfo Landim e até mesmo Rogério Ceni, treinador do Bahia, o empresário foi questionado por Júlio Casares, presidente do São Paulo.

Sem citar nomes, o cartola tricolor criticou, em entrevista à ESPN, as transações envolvendo jogadores de clubes que pertencem a um mesmo dono e as chamou de ‘ciranda de atletas’.

Casos como esse aconteceram recentemente, quando Botafogo e Lyon, ambos pertencentes à Eagle Football Holding, negociaram o retorno do zagueiro Adryelson, além de outros nomes, para o elenco alvinegro.

“Todo pequeno clube pode sonhar em ser campeão. Não deixe que eles falem isso para vocês de quererem fair play. O Botafogo não está jogando no mais alto nível. Esses são Palmeiras, Flamengo. São grandes clubes que conseguem. Estão mentindo. Acredito que cada time pequeno no Brasil pode sonhar em ser campeão, clubes como Criciúma, podem sonhar mais longe. Adoro Rodolfo (Landim), adoro Júlio (Casares), esse é um grande assunto a ser falado, eu estou conversando com vários presidentes, estou aberto a conversar, decidirmos juntos, nos respeitamos na troca de ideias sobre o futuro do futebol brasileiro. É por isso que devemos discutir na liga, temos esses encontros a todo instante entre os líderes dos clubes. Isso é o que acho, não acredito que um grupo de cinco clubes têm que decidir e falar o que os outros precisam fazer”.

Próximos jogos do Botafogo