Osni Fernando Luiz, torcedor que levou uma cabeça de porco para a Neo Química Arena, no dérbi entre Corinthians e Palmeiras, na último segunda-feira (4), prestou depoimento na 6ª Drade (Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva). E se defendeu.

Em declarações à imprensa nesta quarta (6), o torcedor explicou por que levou a cabeça do animal para o clássico, válido pelo Brasileirão, e afirmou ter feito uma “provocação sadia”.

“A provocação é sadia. Eu não peguei uma barra de ferro para agredir. Eu não dei soco em ninguém. Eu acho que o futebol tem que parar com isso, o futebol raiz tem que viver. Na época de 90 todo mundo ia junto para o estádio e brincava com o outro. E hoje em dia estão acabando com o futebol”, disse.

“Eu nem sabia que ia repercutir isso. Mudou muita coisa na minha vida. Só que eu quero esclarecer tudo: quero pedir perdão demais ao meu escudo (Corinthians), eu amo demais essa entidade aqui. Em momento algum eu quis prejudicar. Quero pedir perdão às autoridades pela dor de cabeça. Eu momento algum eu pensei que ia ficar deste tamanho”, prosseguiu.

Osni, que também se identifica como “Cicatriz”, ainda alegou que, por estar alcoolizado, jogou a cabeça de porco na arquibancada, e que a mesma foi atirada no gramado por outras pessoas. Que, inclusive, já foram liberadas – foi oferecida à dupla uma punição financeira de R$ 4 mil, mas que não foi aceita.

“Em nenhum momento eu joguei a cabeça para dentro do estádio. Eu tinha bebido na hora que eu arremessei a cabeça de porco lá no setor sul. Eu não tinha combinado nada com ninguém”, disse.

“Eu fui no Mercadão (da Lapa, no centro de São Paulo). Brincando no WhatsApp, a gente trocando ideia, a gente viu um monte de faixa de ‘sem mundial’. Só que aí a gente pensou que a brincadeira estava velha demais. Pensamos em ir lá para frente da Arena, pegar a cabeça e tirar as fotos. Aí eu falei que ia lá no Mercadão da Lapa ver se tinha a cabeça de porco. Eu paguei pela cabeça de porco”, prosseguiu.

“(A cabeça do porco entrou no estádio) quando eu estava bêbado e joguei lá para dentro do estádio, no setor sul. Achei que alguém ia achar e jogar fora. Ou alguém ia achar e ia tirar foto… (Quem jogou) no gramado? Não sei, não. Não sei de nada.”

Ainda segundo o torcedor, a compra da cabeça do animal no Mercadão da Lapa custou R$ 60. Segundo apurou a ESPN, Osni foi liberado após prestar depoimento e não foi indiciado.

Entretanto, foi feito um pedido para que ele seja afastado durante três anos de frequentar os estádios, sendo enquadrado por “provocação de tumulto”, prevista na Lei Geral do Esporte.

A reportagem ainda apurou que a polícia ainda investiga se existe qualquer ligação entre Osni e os outros dois torcedores que também prestaram depoimento. E se houve alguma facilitação de alguém da Neo Química Arena no episódio.

O que aconteceu em Corinthians x Palmeiras?

No primeiro tempo de Corinthians 2 x 0 Palmeiras, uma cena no mínimo inusitada chamou atenção.

Aos 28 minutos, antes de uma cobrança de escanteio para o Verdão, um torcedor corintiano jogou uma cabeça de porco no gramado.

Coube a Yuri Alberto, atacante do Timão, atirá-la pela linha de fundo, para que o jogo pudesse prosseguir normalmente.

A cabeça do animal, claro, é uma provocação dos corintianos ao Palmeiras, que tem o porco como um de seus mascotes.

Próximos jogos do Corinthians: